Agressões a jornalistas revelam métodos terroristas e milicianos

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Todos as pessoas que aparecem nas imagens agredindo os jornalistas foram identificadas pela Polícia. foto: O Tempo
Todos as pessoas que aparecem nas imagens agredindo os jornalistas foram identificadas pela Polícia.

As histórias de jornalistas mineiros atacados por bolsonaristas na primeira semana de 2023 confirmam a existência de métodos nas ações da selvageria fascista. Não houve improviso no comportamento dos grupos antidemocráticos que ocupavam a frente da Companhia de Comando da 4ª Região Militar, na avenida Raja Gabaglia, região Oeste de Belo Horizonte.

O ódio tem cara, estratégias, alvos e apoiadores. Depoimentos de quem teve experiências diante de bolsonaristas indicam estratégias comuns, um “manual” de práticas dos terroristas. Os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, refugiado em Orlando, nos Estados Unidos, cumprem uma sequência de procedimentos de ataques e de destruição contra quem é apontado como inimigo.

O roteiro é terrorista e miliciano. Inclui agressões verbais e físicas, uso de métodos traiçoeiros, como socos e chutes pelas costas, de forma covarde e roubo. Tem a participação de capangas. E conta com a conivência de policiais militares e do Exército.Os agressores têm ódio nos olhos, constatam os jornalistas que viveram os momentos de tensão sob a mira dos bolsonaristas. O desejo de destruição é particularmente direcionado para os trabalhadores da imprensa, colocados como inimigos de toda a sociedade.

Gangue: métodos terroristas e milicianos

A articulação do movimento golpista foi confirmada por Paulo Pimenta, ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico. Ele assinalou a existência de um “trabalho de inteligência por trás do terrorismo bolsonarista em Brasília, no dia 8 de janeiro”.

Para o repórter fotográfico do jornal Hoje em Dia, agredido na quinta-feira, dia 5, em Belo Horizonte, os acontecimentos mostram procedimentos de “uma gangue bem estruturada”. Ao registrar imagens à distância, ele foi visto e denunciado por um homem que fazia discurso sobre um caminhão de som.

Logo, foi cercado por grupos de pessoas extremamente agressivas e passou a sofrer um linchamento. Recebeu socos, pontapés, pauladas no corpo e na cabeça, onde teve um corte. Além dos ferimentos, o jornalista teve a câmera roubada e as lentes destruídas. (confira o depoimento)

Ao recordar as etapas dos acontecimentos, o profissional do Hoje em Dia conclui que a estrutura do acampamento tem operadores à paisana, responsáveis por identificar e avisar sobre a existência de jornalistas nas proximidades do local ocupado. São pessoas com roupas normais, sem bandeiras ou camisetas, que se posicionam para denunciar os profissionais de imprensa. E que também participam dos ataques.

Sobrevivente dos ataques, o momento é de recuperação das dores no corpo e na alma. O processo mais complicado envolve a superação das lembranças contínuas, que impactam inclusive o sono. A dificuldade de dormir reflete a dificuldade de esquecer cada momento de perseguição e agressão e a presença na mente da palavra “linchamento”.

“É difícil compreender como em pleno século 21 estamos vivendo uma situação dessas, com a repetição de movimentos fascistas”, conta o fotógrafo. Perplexidade é a palavra que define o estado de espírito dele e de quem mais enfrentou pessoas que querem hostilizar e matar. O comportamento é de fanáticos, integrantes de seitas, ronda os pensamentos sobre a capacidade de reverter a cultura do ódio.

Confira:
Repórter fotográfico é agredido em BH

Bolsonaristas agridem grupo de jornalistas

 

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