Greve em Alagoas: jornalistas amanhecem nas portas das tevês e doam sangue

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Paralisação por tempo indeterminado foi decidida em assembleia, após categoria rejeitar corte de 40% no piso salarial. No primeiro dia da greve, a campanha “Meu Sangue Pelo Jornalismo” incentivou a doação de sangue por parte dos comunicadores e de outras categorias profissionais.

Maceió – Faixas, carros de som, jornalistas nas ruas e redações vazias. Foi assim que as emissoras de TV amanheceram nessa terça-feira (25/6), no primeiro dia da greve dos jornalistas alagoanos.

De acordo com a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal), 90% dos funcionários da TV Gazeta de Alagoas (Globo), TV Pajuçara (Record) e TV Ponta Verde (SBT) aderiram à greve. No interior do estado, os colaboradores da TV Gazeta também participam da mobilização.

Os profissionais decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado, após a última tentativa de negociar com as empresas, em audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT-AL), em 19 de junho. Na ocasião, representantes das emissoras se recusaram a fazer uma negociação com o sindicato e mantiveram a proposta de redução de 40% do piso salarial da categoria.

Os jornalistas reivindicam o recuo na redução salarial de 40% e ajuste de reposição da inflação, além do aumento real.

Manifestações

Desde a madrugada os comunicadores e estudantes de jornalismo protestam nas portarias das empresas. Isso fez com que os principais telejornais de Alagoas fossem ao ar com reprises de reportagens de uma semana e até um mês atrás.

Por toda manhã, a hashtag #quempagafazaovivo apareceu em primeiro lugar nos assuntos mais comentados do twitter, seguido da hashtag #reduçãosalarialnão.

Para o presidente do Sindjornal, Izaias Barboza, o primeiro dia de greve começou forte e tem tudo para crescer nos próximos dias. “Com certeza a adesão deve aumentar nos próximos dias e os representantes das emissoras terão que sentar com a categorias e construir um acordo. Nossa greve não é por nenhum motivo banal, queremos apenas que nossos patrões tenham mais respeito”, pontuou.

Doação de sangue

Não é porque estão em um momento de luta que os jornalistas alagoanos vão deixar de ajudar a quem precisa. No primeiro dia de greve da categoria acontece na portaria da Organização Arnon de Mello (OAM) a campanha “Meu Sangue Pelo Jornalismo”, que visa a incentivar a doação de sangue por parte dos comunicadores e de outras categorias que abraçam a causa desses profissionais.

Para os interessados em doar sangue e salvar vidas, a Hemovan estará em frente à OAM, a partir das 9h, para fazer o transporte dos doadores até a sede do Hemoal, no Trapiche da Barra. Após o ato voluntário de solidariedade, o doador será trazido de volta ao ponto de partida. Lembrando que, quem doa sangue, fica liberado das atividades laborais.

Com a ação, os comunicadores conseguem cumprir com um dos primórdios da profissão, que é dar voz a quem mais precisa. Mesmo de braços cruzados, os jornalistas permanecem engajados e cumprindo o papel de cidadãos comprometidos com a sociedade, sempre conscientes de que o papel desses profissionais é cooperar de maneira justa e incisiva para o bom desenvolvimento da engrenagem social.

“A ideia de levar o Hemoal para o nosso movimento foi para colaborar com a campanha permanente de doação de sangue. Nossa doação de sangue vai representar a própria dedicação diária do jornalista à sua atividade. É fundamental a participação de todos”, pontuou Izaías Barbosa.

Ao participar da campanha e postar uma foto nas redes sociais, as pessoas podem usar a hashtag #MeuSanguePeloJornalismo e #ReduçãoSalarialNão.

(Publicado pelo Sindjornal.)

 

#LutaJornalista

#SindicalizaJornalista

[26/6/19]

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