Observatório da Imprensa recupera assassinato de Trotski do limbo da história

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“A decisão de matá-lo com uma picareta tem um caráter simbólico”, analisa o escritor Leonardo Padura no “Observatório da Imprensa” desta terça-feira (11/8/15), às 23h, dedicado a Leon Trotski. No próximo dia 21 de agosto, completa 75 anos da morte do revolucionário. O programa da TV Brasil resgata a trajetória deste personagem com relatos de testemunhas e historiadores sobre o líder da revolução bolchevique de 1917 que implantou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

“Foi fundamental no processo revolucionário da União Soviética. Um formulador, um teórico e militante brilhante, mas muito controverso”, pondera o jornalista e ex-deputado federal Milton Temer. Para o historiador Daniel Aarão Reis, trata-se de um homem sofisticado e cosmopolita, que se destacava pela oratória e pelos textos bem escritos. “Várias vezes, os Serviços da Polícia política soviética quiseram matá-lo mas essas tentativas falharam. Ao final, Ramón Mercader conseguiu se infiltrar entre os amigos íntimos do Trotski e penetrar na casa dele para matá-lo”, enfatiza.

O organizador do Exército Vermelho foi cruelmente assassinado a golpes de picareta em seu exílio, no México, por Ramon Mercader del Rio, um espanhol infiltrado sob as ordens de Joseph Stalin. O assassino foi preso e durante 20 anos não confessou o mandante do crime, apesar dos intensos interrogatórios dos policiais mexicanos. Solto, voltou para a Rússia e foi condecorado com honrarias de herói militar e viveu até a morte em Cuba, financiado pelo governo soviético.

Segundo o historiador Boris Fausto, Ramon foi treinado desde muito cedo para exercer um papel junto à polícia secreta russa. Ele sempre acreditou que Trotski era um inimigo do socialismo, e que, a mando dos seus chefes, deveria ser eliminado”, observa. Sob a mira de Stalin, o herói da revolução russa foi processado e exilado em vários países até conseguir se refugiar no México. O cubano Paduro ressalta a coerência do pensamento de Trotski. “Ele denunciou o que foi o stalinismo, uma perversão da utopia socialista, creio, foi o que salvou Trotski”, conclui.

(Publicado em fabiotv.com.br.)

 

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