O jornalismo mineiro perdeu um de seus grandes nomes. Aos 88 anos, faleceu Jorge Leonardo de Faria (na foto, o segundo da direita para a esquerda), ex-editor de Economia do Diário da Tarde e ganhador do Prêmio Esso Regional de 1968 – a maior láurea do jornalismo brasileiro – com a reportagem “Futebol, vida, paixão e morte de um povo”. Foi o único a receber a premiação no veículo em que trabalhava.
Acometido de uma doença contra a qual lutou por quase três anos, Jorge Faria deixou a mulher Neide, os filhos Leonardo e Virgínia, e a neta Carolina.
A jornalista Hélia Ventura, que foi colega de Jorge Faria na editoria de Economia do Diário da Tarde, o descreveu como um homem culto que se destacava por seus vastos conhecimentos de história do Brasil e do mundo, sendo profundo conhecedor de Belo Horizonte, seu passado, suas famílias. “Tinha uma memória privilegiada, sendo considerado a enciclopédia da redação, em um tempo que ainda não se sonhava com o Google”, afirmou Hélia. “Fora isto, era figura lendária, um homem elegante, sempre muito vestido, mas não só por isso. Era também cordial com os colegas, bem-humorado e verdadeiro mestre para os colegas mais jovens”, acrescentou Hélia Ventura.
Jorge era também torcedor ferrenho do Clube Atlético Mineiro, do qual foi conselheiro. Em homenagem ao time do coração, foi velado envolto no manto sagrado de seu glorioso Galo.
Na redação, era conhecido por dois mantras. Um era o de sempre dizer que na vida o mais importante era praticar o bom combate. O outro era o de cantar a música “My Way”, de Frank Sinatra, cuja letra diz o seguinte:
“Eu vivi toda uma vida inteira
Eu viajei todas e cada uma das estradas
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito
Arrependimentos, eu tive alguns
Mas ainda assim, tão poucos para mencionar
Eu fiz o que eu tinha que fazer
Siga em paz, Jorge Faria.
E persisti, sem exceção”.
Siga em paz, Jorge Faria.
Pelas redes sociais, amigos e colegas de trabalho de Jorge Faria lamentaram seu falecimento:
Jorge Faria era uma figura. Lamento muito.
Vá em paz amigo. Divertido e cantor dos melhores. “My way” estava entre suas preferências.
Jorge Faria era um grande amigo e mestre. Trabalhamos juntos em assessoria de imprensa.
Entre suas frases preferidas na convivência diária no Diário da Tarde eu me lembro de “como é importante lutar o bom combate”. Esteja em paz. Você venceu o bom combate, Jorge Faria.
Personalidade especial. Divertido de cara séria. Lá se vão nossos queridos mestres.
Que meu mestre siga em paz. Foram dez anos sentada ao seu lado, dando boas gargalhadas, escutando muitos casos, aprendendo, diariamente. Foram tantas as vezes que ouvi “My Way”. É isso, Jorge, combater o bom combate. Siga em paz. Que Deus conforte a família e amigos.