A Associação de Ex-alunos da Fumec repudia a atividade que recebe o fascista Jair Bolsonaro para que ele exponha seu ódio e sua ladainha autoritária. A ideia de diálogo exige que exista um ponto em comum entre as partes, base para que as divergências e as convergências sejam expostas e discutidas.
De nossa parte, não existe espaço para diálogo com Bolsonaro, um apologista da tortura, do estupro, do ataque aos trabalhadores e de outros horrores da ditadura militar. Como bom fascista que é, Bolsonaro repudia tudo que não está de acordo com sua lógica tacanha de mundo e defende que a única solução para isso é na base da bala.
Lamentamos que a Fumec encampe este tipo de atividade, sob a triste premissa de se tratar de uma atividade para que Bolsonaro exponha “suas diretrizes e planejamentos de gestão”. Bolsonaro nada tem a oferecer que não seja ódio e rancor. Esse é o ponto de partida de todas suas propostas.
Reivindicamos que a Fumec cancele esta atividade imediatamente. Uma universidade de fato comprometida com preceitos mínimos de humanidade se negaria a receber tal sujeito e é isso que esperamos da entidade responsável por nossa formação. Ao dar voz para este senhor, a Universidade Fumec está se alinhando ao que existe de pior, mostrando que é possível compartilhar dos mesmos valores que um torturador e que ele seja aceito como o monstro que é.
Para mostrar nossa indignação pela simples proposição desta atividade, vamos realizar nesta sexta-feira, às 9h da manhã, uma manifestação, na porta da instituição, contra Jair Bolsonaro e tudo o que ele representa.
Belo Horizonte 14 de setembro de 2017.
(Na imagem, abaixo-assinado na internet feito por estudantes da Fumec.)
[14/9/17]
Sobre os inimigos da sociedade aberta
O PARADOXO DA INTOLERÂNCIA
“Temos pois de proclamar, em nome da tolerância, o direito de não sermos tolerantes com os intolerantes. Temos de proclamar que qualquer movimento que promova a intolerância se coloca fora da lei, e temos de considerar criminoso todo e qualquer incitamento à intolerância e à perseguição, como consideramos criminoso o incitamento ao homicídio, ao rapto, ou ao restabelecimento do tráfico de escravos.”
“Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós próprios e da própria atitude de tolerância.”
– KARL POPPER “A Sociedade Aberta e os seus inimigos”