Como o sucateamento do SUS e da comunicação pública torna o Brasil mais suscetível à pandemia  

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Por Eduardo Amorim e Iara Moura, no Intervozes

Depois de Jair Bolsonaro participar dos atos do último domingo contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, um deputado distrital e um grupo de três parlamentares do PSOL e militantes deram entrada em dois processos de impeachment contra o presidente da República por apoiar manifestações antidemocráticas. Parcela da sociedade civil aposta na anulação da chapa que o elegeu, tendo em vista os casos de desinformação cometidos ainda no processo eleitoral. A pandemia do coronavírus explicita outra série de desmandos que vêm sendo cometidos por Bolsonaro no exercício da Presidência da República.

Sem entrar no mérito sobre os caminhos possíveis para que Bolsonaro não se mantenha na presidência, é certo dizer que é difícil pensar em postura mais significativa (negativamente falando) para a população brasileira do que a participação do chefe do Executivo na disseminação do coronavírus. Não se sabe ainda quantas milhares de pessoas morrerão por conta da  pandemia, mas já se pode adiantar que uma porcentagem dos brasileiros e das brasileiras perderão suas vidas por meio da desinformação — que vem sendo uma tática utilizada pelo presidente em diversos temas — e do desmonte da saúde pública.

Nas últimas semanas, Jair Bolsonaro, no exercício do cargo de presidente, tem desprezado as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do próprio Ministério da Saúde,  incentivando a propagação do coronavírus. O potencial de propagação do vírus contido no ato de tocar nas mãos ou pegar no celular de outras pessoas na manifestação de 15 de março, em Brasília, já seria por si um grande absurdo.

Mas o crime se expande quando pensamos que o presidente está passando a mensagem de que não precisamos nos proteger, justamente no momento em que pesquisadores/as dizem que iniciar a prevenção o mais rápido possível faz a diferença para salvar milhares de vidas.

“Observando a curva de crescimento dos casos confirmados em vários países que hoje já se encontram em estágio mais avançado desta transmissão, percebe-se que a velocidade da evolução da pandemia, que de forma geral é muito rápida, não acontece de maneira uniforme. Ela depende de vários fatores, incluindo medidas de contenção, comportamento da população e quantidade de recursos disponíveis”, diz nota técnica do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde(Nois).

Bolsonaro é um dos políticos mais poderosos do mundo nas redes sociais. O ex-deputado tem mais de 10 milhões de seguidores no Facebook, 6 milhões no Twitter, mais de 15 milhões no Instagram, além da rede de grupos e perfis no Whatsapp e dos muitos perfis que reproduzem a narrativa bolsonarista em todos as plataformas imagináveis. Portanto, suas indicações são fundamentais para orientar um percentual significativo da população brasileira.

Clique AQUI para ler a íntegra na Carta Capital.

Crédito da foto: Carolina Antus / Agência Brasil.

[21/3/20]

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