Assessoria: sindicato patronal nega-se a negociar com jornalistas

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais informa os jornalistas de assessoria de imprensa que, apesar de todos os esforços que vem fazendo, recorrendo inclusive à mediação do Ministério Público do Trabalho, ainda não teve sucesso em negociar a Convenção Coletiva do Trabalho 2015/2016 com o Sindicato Nacional das Empresas de Comunicação Social (Sinco). Os patrões negam-se a negociar com sindicatos de jornalistas.

Durante todo o ano passado, o Sindicato tentou reunir-se com o Sinco. Sem obter resposta, denunciou essa prática antissindical ao MPT e solicitou sua mediação. Uma reunião foi marcada pelo MPT para 18 de setembro, mas foi desmarcada, a pedido do Sinco. Finalmente, em nova mediação, representantes do Sinco compareceram. Eles alegaram que o sindicato estava sem diretoria regional até setembro e que este seria o motivo do seu silêncio. No entanto, em reunião em separado com a mediadora do MPT, informaram que não reconhecem o Sindicato dos Jornalistas como representante dos seus empregados.

O Sindicato contestou a alegação, argumentando que não cabe aos patrões definir a que categoria pertencem seus empregados e que há mais de dez anos negocia a CCT com o Sinco, em nome dos jornalistas que trabalham em assessoria. O MPT deu então prazo de 30 dias para que o Sinco se manifestasse, o que não aconteceu até hoje.

Não se trata de um caso isolado. O Sinco é um sindicato nacional e vem adotando o mesmo posicionamento de ignorar os sindicatos dos jornalistas em outros estados. No município do Rio de Janeiro, onde cerca de um terço dos jornalistas trabalha em assessorias, segundo o Sindicato dos Jornalistas local, a última CCT foi firmada em 2012. Desde então o Sinco alega que os profissionais que trabalham em assessoria não são jornalistas e ignora o sindicato profissional. O Sindicato dos Jornalistas do Rio denunciou o Sinco por práticas antissindicais e entrou com ação de dissídio coletivo. Em São Paulo, o Sinco não assina CCT desde 2014; o sindicato pretende negociar separadamente com cada uma das empresas, que são inúmeras.

O último Encontro Nacional de Jornalistas de Assessoria (Enjai) aprovou a formação de um grupo de trabalho da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) para atuar também de forma nacional em relação ao assunto.

Segundo informou ao MPT, o Sinco representa em Minas Gerais oito empresas de comunicação: Link, Ideia, RP, Press, Rede, 360, Interface e FSB.

 

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