Em mediação na Superintendência Regional do Trabalho realizada nesta quinta-feira 11/4, o presidente da Rádio Inconfidência, Ronan Scoralick Abdo, afirmou que “todos os esforços” estão sendo feitos para “atenuar a necessidade de demissão” na emissora, mas confirmou que concursados deverão mesmo ser demitidos, assim como terceirizados e comissionados.
Ele não informou o número de trabalhadores que serão demitidos. Disse que está sendo feito um estudo e que a intenção é aproveitar o máximo dos concursados em outros cargos. A Rádio Inconfidência tem 102 funcionários, 86 deles concursados.
Scoralick afirmou que haverá remanejamento de pessoal, “dentro do possível”, da AM para a FM e “até mesmo para a Rede Minas”, caso o estatuto da EMC (Empresa Mineira de Comunicação) – que une a rádio e a televisão na mesma empresa – seja consolidado e que a legislação permita.
Informou também que pediu ao governo do estado que analise a possibilidade de negociação e implementação de PDV – plano de demissão voluntária.
Caso o PDV não seja autorizado e “confirmada a necessidade de redução do quadro”, segundo Scoralick, “as dispensas obedecerão a procedimentos administrativos.
O presidente da Inconfidência disse ainda que serão saneadas as questões de dupla jornada, hora extra, acúmulo de funções, quadro reduzido, entre outras, antes de qualquer decisão de desligamento.
Sobre o Livro de Ocorrências aberto pela nova gestão da rádio, Ronan Scoralick afirmou que ele visa a “manter o controle de qualidade do que está sendo oferecido ao cliente e corrigir falhas e problemas técnicos de transmissão” e que não possui finalidade disciplinar. Foi garantido ainda que os registros do livro – que na verdade é um email no qual funcionários devem registrar todo tipo de problema da emissora – serão públicos.
Ficou marcada uma nova reunião no dia 29/4 para relato, pela direção da Inconfidência, das providências adotadas sobre o assunto e entrega de manual que disciplina os procedimentos demissionais, e apresentação pelos trabalhadores e seus sindicatos de novos questionamentos e reivindicações. A MGS foi notificada, mas não enviou representante.
Ronan Scoralick assumiu o cargo no dia 15/3, após mobilização dos trabalhadores da emissora que denunciou o corte drástico de recursos da emissora pelo governo Zema. Duas semanas depois ele comunicou demissões de quatro trabalhadores comissionados, um deles, Múcio Bolivar, produtor e apresentador do programa Trem Caipira há 28 anos. As demissões geraram clima de muita apreensão na emissora.
O governo Zema vai acabar com a Rádio Inconfidência AM e demitir trabalhadores concursados. Quase um terço dos servidores pode ser demitido. O clima é de tristeza e revolta na empresa.
Os trabalhadores e seus sindicatos criaram o movimento Fica Inconfidência!, em defesa da rádio, que tem quase 83 anos e sempre foi uma “gigante do ar”, em Minas e no Brasil.
Nesta quinta-feira 11/4, às 17h, haverá uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre o fechamento da Rádio Inconfidência AM. O SJPMG convida os trabalhadores e ouvintes da rádio a lotar as galerias do legislativo mineiro e demonstrarem a importância da Inconfidência para os mineiros.
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[11/4/19]