Alvo de operação do judiciário, Muniz e família têm bens bloqueados para pagamento de dívidas trabalhistas milionárias
A família Muniz, proprietária do jornal Hoje Em Dia e de emissoras de rádio no Norte de Minas, foi alvo de uma operação da Justiça do Trabalho e terá até setembro de 2028 para quitar R$ 172 milhões em dívidas trabalhistas. A operação envolve 46 empresas da família do ramo da educação, saúde e comunicação, e também o ex-prefeito Ruy Muniz, sua esposa Tânia Muniz , ex-deputada federal, e o filho do casal Tiago Muniz. Cerca de R$ 47 milhões do grupo já foram bloqueados.
Todos os imóveis da família e também a carteira nacional de habilitação e o passaporte dos três estão bloqueados até a quitação dos débitos com os trabalhadores, o que inclui ações coletivas movidas por entidades de classe, entre elas o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG).
Com o objetivo de garantir a quitação das dívidas, também foram bloqueados 100% dos recursos do Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) que as empresas de educação da família Muniz têm direito a receber e três imóveis do grupo, formado por 46 empresas.
São centenas de ações coletivas e individuais movidas contra o grupo por não pagamento de direitos básicos dos trabalhadores como salário e verbas rescisórias.
A presidenta do SJPMG, Lina Rocha, celebrou a ação conjunta da Justiça do Trabalho contra o grupo conhecido por fraudar reiteradamente os direitos dos jornalistas. “Finalmente a justiça foi feita. O que a gente espera agora é que o grupo cumpra o acordo e não incorra mais em fraude contra direitos básicos dos trabalhadores. Quantas famílias, inclusive de jornalistas, não passaram e passam por dificuldades financeiras por falta de salários, enquanto a família exibe patrimônio milionário e vida nababesca”, afirma Lina.
Nas eleições deste ano, Muniz, que concorreu ao cargo de prefeito de Montes Claros, declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 158 milhões.
Ruy Muniz: histórico de ações judiciais
Histórico desde 2001: Há menções de processos que se acumulam desde 2001, envolvendo desde problemas fiscais até questões de licitação.
Irregularidades na administração pública: Durante seu período como prefeito de Montes Claros (MG), ele foi investigado por supostas irregularidades em contratos de obras e serviços, como asfaltamento e drenagem. Essas investigações incluem ações do Ministério Público.
Processos trabalhistas: A Justiça do Trabalho determinou o bloqueio de R$172 milhões para cobrir ações contra suas empresas, indicando que ele enfrenta diversas demandas trabalhistas e questões relacionadas a direitos de trabalhadores.
Ações cíveis: Muniz também se envolveu em ações cíveis, onde sua conduta como administrador público foi questionada, refletindo problemas de gestão e uso de recursos públicos.
Em 2016: Alvo de dois mandados de prisão e segundo mais votado no primeiro turno da eleição para a prefeitura de Montes Claros, no interior de Minas Gerais, o prefeito afastado do município Ruy Muniz (PSB) não foi encontrado pela Polícia Federal em sua residência foi considerado foragido da Justiça. Acabou preso preventivamente pela Polícia Federal.