Jornalista mineira lança documentário sobre Afonso Ávila

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O documentário faz um mergulho profundo na poesia construtivista, experimental, crítica e singular do poeta

A jornalista, escritora e produtora cultural mineira Eleonora Santa Rosa lançou seu primeiro longa metragem, o documentário “Cristina 1.300 – Afonso Ávila – Homem ao Termo”. O filme celebra o legado poético de um dos ensaístas e poetas mais brilhantes da segunda metade do século 20 do Brasil, o mineiro Affonso Ávila.

O documentário faz um mergulho profundo na poesia construtivista, experimental, crítica e singular de Affonso Ávila, que participou do início do projeto de concepção do filme em 2010, com gravações feitas em sua casa, na rua Cristina, 1.300, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte (MG), como também em Ouro Preto (MG), cidade de sua predileção.

A obra traz também leituras do poeta em estúdio, que dois anos antes da sua passagem, em 2012, manifestou seu desejo de tornar o projeto realidade. “O próprio autor apresenta sua visão poética e suas diversas fases de criação artística, em articulação com animações, recortes fotobiográficos e contrapontos sonoros”, descreve Eleonora Santa Rosa.

Santa Rosa, responsável também pelo argumento, roteiro e produção executiva, que contou com a codireção de Marcelo Braga de Freitas, conviveu com o poeta por mais de três décadas, profissional e familiarmente, e desejava reverberar entre o grande público a trajetória poética refinada e crítica de quem tinha um domínio pleno da língua e da linguagem, com jogos, aliterações, torções, apropriações, montagens, subversões de sentidos e novos significados.

“Affonso Ávila teve uma carreira reconhecida e muito respeitada como ensaísta e pesquisador do barroco, especialmente o mineiro, e apesar de ser um dos maiores poetas contemporâneos do país, sua produção poética ficava mais restrita ao consumo dos seus pares. Senti uma urgência em produzir esse material rico e inédito desse autor profundamente original, que não se encaixa em nenhuma escola literária específica, sobretudo contemporâneo, para o conhecimento de todos que apreciam poesia e literatura”, enfatiza.

Eleonora Santa Rosa define o projeto, que começou a ser concebido em 2010 e passou por uma extensa trajetória de idas e vindas para ser concretizado somente agora, como um exercício de crença absoluta na importância do poeta para a cultura brasileira. “O documentário é uma lição de resistência, resiliência, persistência e insistência, porque foi desafiador em vários sentidos – desde a sua estruturação diferenciada do padrão usual dos filmes, da questão financeira, do falecimento do Affonso, das incompatibilidades técnicas de uma película que começou a ser gravada lá atrás, da pandemia e até mesmo da escolha de uma equipe que entendesse o âmago do filme”, afirma Eleonora.

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