SJPMG Opinião/Lina Rocha: a corda se rompeu

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Sou jornalista, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), empregada pública da Rádio Inconfidência e representante eleita pelos trabalhadores no Conselho Administrativo da Empresa Mineira de Comunicação (EMC).

A EMC é um projeto aprovado em 2016 que funde a comunicação pública de Minas – Rádio Inconfidência e TV Minas. Trata-se de um projeto controverso desde o início, e que teve dificuldades para sair do papel em outros governos.  Tenho orgulho de representar os colegas no Conselho, e de ter a oportunidade de participar da construção desse projeto.

Fortalecer a comunicação publica do Estado é essencial, independentemente do governo, porque é fundamental levar informação e cultura a todos os municípios de Minas. Esse é o dever do Estado, é o compromisso do poder público com sua população, que paga impostos e quer um serviço de qualidade. E é isso que os trabalhadores da Rádio Inconfidência e da Rede Minas fazem: um trabalho qualificado que chega até a ponta – o ouvinte, o telespectador.

Mas esses trabalhadores querem valorização. Por isso, estão lutando por respeito. Por exemplo, se a lei manda pagar reposição da inflação aos seus trabalhadores, e a lei não é cumprida, uma cadeia de respeito é quebrada, e isso tem acontecido na Rádio Inconfidência há três anos. Na outra ponta, todos os diretores receberam reposição de 40%.

Não somos contra aumento, mas se lá na ponta uns podem, toda a cadeia tem esse direito, é justo. Servidores da TV Minas estão há sete anos sem reajuste e, mesmo assim, mantiveram sua dignidade e profissionalismo, até que a confiança foi quebrada, e a paciência perdida!

Empregados e servidores da EMC querem dignidade e escuta! Porque estão fartos da falta de respostas e da prática de intimidação; porque esgotaram-se as forças para o diálogo aberto a que vinham se propondo. E quando o limite chega, não se tem mais nada a perder!

A EMC seria um projeto de sucesso se o pilar mais importante estivesse em sua base. Planejar investimentos milionários em infraestrutura e tecnologia com ganho zero para o trabalhador não só é imoral. É também o limite para se  romper a corda. E ela se rompeu!

Não é só salário; é respeito!

#ficainconfidencia #eufaçoaredeminas

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