Infectologista recomenda uso obrigatório de protetor facial para jornalistas

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O protetor facial é equipamento de uso obrigatório para jornalistas, principalmente em ambientes fechados, pois reduz enormemente a transmissão do coronavírus, e deve ser adotado pelas empresas jornalísticas.

A recomendação é do médico infectologista e professor da UFMG Unaí Tupinambás e foi dada durante o Jornalistas Ao Vivo, canal de debate do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais com a categoria, realizado nesta quinta-feira 30/7.

O vídeo com a íntegra do programa, que durou pouco mais de uma hora e teve participação da presidenta do SJPMG, Alessandra Mello, com intermediação do diretor Diego Franco, está disponível na página do Sindicato no Facebook. Clique AQUI para ver.

Alessandra Mello anunciou que o Sindicato vai entrar com pedido formal para que as empresas jornalísticas forneçam o EPI (equipamento de proteção individual) recomendado pelo médico. Ela também expôs no programa o que o SJPMG tem feito para proteger os jornalistas na pandemia.

No bate-papo ao vivo pela internet, dr. Unaí – que acompanha tudo que está acontecendo na pandemia, que se informa sobre a evolução do conhecimento científico da doença, que participa de dois comitês de enfrentamento ao coronavírus, da PBH e da UFMG, que já concedeu inúmeras entrevistas e respondeu a todo tipo de pergunta – foi muito objetivo e preciso nas suas recomendações para os jornalistas, e esclareceu as principais dúvidas.

Ele explicou que a transmissão do coronavírus se dá de pessoa para pessoa, por gotículas. Para prevenir a transmissão, é preciso usar máscara e protetor facial, também conhecido como face shield, além de manter distância de dois metros e lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel sempre que tocar em uma superfície que pode estar contaminada. Importante: a máscara deve ser trocada de duas em duas horas, no máximo em três.

Essa é a regra fundamental para o trabalho em ambientes fechados, como redações e estúdios, segundo o infectologista. A contaminação por contato com superfícies é muito menor do que por meio de gotículas. No mais, evitar conversar, inclusive no “fumódromo” ou na lanchonete; os lanches devem ser feitos na rua, ao ar livre.

Nos trabalhos externos, ao ar livre, a chance de transmissão é muito pequena, desde que se mantenha a distância de dois metros recomendada e a higienização das mãos depois de tocar em objetos e equipamentos de trabalho usados por entrevistados, como microfone.

No carro de reportagem, a recomendação é que o repórter ocupe o assento no banco de trás, no lado oposto ao do motorista, e que viaje com janelas abertas.

Janelas abertas também são recomendáveis nos ambientes de trabalho. Quando o ambiente não tem janelas, convém desligar o ar condicionado.

Outra recomendação expressa do médico é que todos os profissionais que tiveram contato durante meia hora ou mais com um colega infectado sejam afastados imediatamente e postos em quarentena durante 10 dias. Em casa, devem suar máscara e se isolar dos familiares.

A empresa tem a obrigação de informar seus empregados dos casos da doença, para evitar a transmissão, ainda que preserve a identidade do infectado.

Ao recomendar o uso do protetor facial, Unaí Tupinambás citou pesquisa realizada nos Estados Unidos que comprovou a eficácia do EPI. Segundo a pesquisa nenhum dos mais de 130 clientes e seus familiares foi contaminado pelos cabeleireiros, que testaram positivo para a covid-19.

O médico acrescentou que o uso do equipamento deverá ser ampliado no Brasil com a chegada do verão, pois o calor tornará a máscara incômoda.

Também quem está gripado deve se afastar do trabalho, segundo o infectologista, e quem suspeita de ter contraído a covid-19 deve fazer uma teleconsulta disponibilizada pelo SUS, pela PBH, por planos de saúde e outras instituições de saúde. “Qualquer sintoma é motivo de teleconsulta”, frisou.

Ele acrescentou que informações corretas sobre a pandemia devem ser buscadas nas páginas oficiais das autoridades de saúde, como o Ministério da Saúde e a Faculdade de Medicina da UFMG, entre outras.

Dr. Unaí Tupinambás avaliou que a fase atual de isolamento social em Belo Horizonte deve durar ainda duas ou três semanas e que a volta às atividades deverá ter idas e vindas, de acordo com o número de casos da doença, mas as medidas de proteção e higiene deverão permanecer. Isso significa que os locais e atividades de aglomerações não voltarão ao normal tão cedo. Ele estima aqui até o final do primeiro trimestre de 2021 talvez já se tenha uma vacina contra a covid-19. Até lá, o fundamental é seguir os protocolos de segurança.

O bate-papo sobre prevenção, controle e mitigação do contágio pelo coronavírus nos espaços de trabalho da categoria foi o terceiro programa da série Jornalistas Ao Vivo. Ele foi ao ar pela página do SJPMG no Facebook, às 14h desta terça 30/7, e ficará disponível também, juntamente com os dois anteriores, na página do SJPMG no YouTube. O programa conta com apoio técnico do Sindi-Rede BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte).

[30/7/20]

 

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