Ato na Casa do Jornalista terá solidariedade a profissionais e defesa das liberdades democráticas

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Um Ato Público nesta sexta-feira 28/2, às 16h, na Casa do Jornalista (Avenida Álvares Cabral, 400, Centro), marcará o repúdio das mulheres mineiras ao ataque sistemático do presidente Jair Bolsonaro às jornalistas e ao Estado de Direito. O ato é liderado pelo movimento Quem Ama Não Mata e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.

“Inicialmente seria um ato em solidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, mas foi ultrapassado pelos últimos acontecimentos e se tornou também um ato em defesa do Estado de Direito e pela Liberdades Democráticas”, disse a jornalista Mirian Chrystus, coordenadora do Quem Ama Não Mata.

“Somos a maioria no jornalismo e não vamos abaixar a cabeça”, disse a presidenta do SJPMG, Alessandra Mello. “Vamos continuar fazendo jornalismo e resistindo aos ataques misóginos.”

Ataques misóginos

Os ataques misóginos de Bolsonaro e dos seus seguidores às jornalistas não são novos e começaram quando o atual presidente era ainda deputado. Nas últimas semanas, porém, se intensificaram, após um empresário afirmar na CPI das Fake News que Patrícia Campos Mello teria lhe oferecido sexo em troca de informações. A jornalista provou a mentira e a CPI decidiu processar o empresário. Apesar disso, o presidente Jair Bolsonaro repetiu em entrevista coletiva as acusações contra a repórter da Folha.

Os ataques de Bolsonaro à honra de Patrícia Campos Mello provocaram inúmeras manifestações de repúdio e tiveram repercussão internacional, expondo mais uma vez a incompatibilidade entre o comportamento do presidente e o cargo que ocupa. Manifestaram-se a Fenaj e sindicatos de jornalistas, Abraji, OAB, ANJ, Aner, CUT, CTB, entre outras entidades e veículos.

Nos últimos dias, a jornalista Vera Magalhães, do Estadão, foi vítima de ataques bolsonoristas depois de publicar a informação de que o presidente compartilhou um vídeo convocando a população para manifestações contra o Congresso Nacional. Uma conta falsa em nome da jornalista foi criada no WhatsApp e mensagens fraudadas foram distribuídas em redes sociais. Além disso, a família da jornalista foi exposta, segundo informações do Estadão.

Também a jornalista Raquel Sherazade, segundo afirmou em entrevista, vem tendo sua cabeça pedida pelo empresário Luciano Hang, um dos principais apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro e anunciante do SBT. Ela também disse que recebeu ameaças de morte após criticar o presidente.

Para Mirian Chrystus, o comportamento do presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores põe em risco o Estado de Direito. Por isso, mais do que um ato em solidariedade às jornalistas, o Ato Público será uma manifestação em defesa das liberdades democráticas.

“É simbólico que o ato aconteça na Casa do Jornalista, que durante a ditadura foi um local de resistência, e hoje, apesar de todas as dificuldades, volta a cumprir esse papel”, disse.

Clique AQUI para ler a convocatória do Ato Público.

[27/2/20]

 

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