Com um passivo trabalhista que vem se acumulando há anos, o grupo de comunicação Diários Associados, proprietário do jornal Estado de Minas e da TV Alterosa, será motivo de uma audiência pública aprovada pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que será realizada na próxima quarta-feira (2/3).
Na reunião será discutida a situação dos jornalistas e demais trabalhadores dos Associados, cujas irregularidades foram constatadas pela fiscalização do Ministério do Trabalho. Ao todo, são 14 descumprimentos da legislação trabalhista, entre eles o pagamento de 13º salário, Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), férias e outros direitos, que levaram os jornalistas a paralisar o trabalho.
Em 28 de dezembro, os trabalhadores da TV Alterosa pararam suas atividades. No dia seguinte foram intimidados por mais de 100 policiais militares do Batalhão de Choque, convocados por representante da empresa. Os policiais só foram retirados do local após a intervenção do presidente do Sindicato, Kerison Lopes, e do líder do governo na ALMG, deputado estadual Durval Ângelo (PT).
O Sindicato quer saber quem solicitou o envio dos militares para intimidar jornalistas. “Os militares ficaram muito constrangidos em ter que cumprir uma tarefa como essa, desnecessária e de caráter intimidatório”, disse Kerison.
Além do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Radialista, requerentes, serão convidados a participar da audiência o ouvidor das polícias, o corregedor-geral e o comandante do Batalhão de Choque da PM, além dos representantes dos Diários Associados, Geraldo da Costa Teixeira Neto (Zeca), e do Ministério do Trabalho.
(Informações da assessoria do bloco Minas Melhor. Na foto, o deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), à direita, lê o requerimento da audiência na reunião da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social.)