Estudante atingido na virilha confirma que PM atirou à queima-roupa

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Relato dado ao Sindicato dos Jornalistas por um universitário que acompanhava o protesto de quarta-feira passada, contra o aumento das passagens de ônibus, confirma que policiais militares atiraram à queima-roupa e primeiro em quem registrava o confronto, conforme contou o repórter fotográfico Denilton Dias, de O Tempo. “Fizeram questão de atirar em mim”, disse o estudante, de 42 anos.

Ele filmou grande parte da manifestação como trabalho para uma disciplina da faculdade que frequenta e, segundo seu relato, foi provavelmente a vítima mais grave da violência policial. O universitário foi alvejado na virilha e por pouco a bala de borracha não atingiu sua bexiga, o que tornaria sua situação muito grave. “O estagiário de medicina que me atendeu no Hospital João XXIII enfiou um dedo na minha barriga para conseguir tirar a bala”, relatou.

O estudante precisou levar pontos no ferimento e se mostra muito abalado com o episódio. “Foi um absurdo o que aconteceu. Eu sabia que estava correndo riscos, mas não esperava aquela violência”, disse. “A polícia atirou em quem estava fazendo registros de imagens”, contou, acrescentando que acompanha movimentos sociais há muito tempo, sempre registrando as manifestações em fotos e vídeos.

O universitário explicou que não divulgou o vídeo por se tratar de trabalho escolar e não pretender fazer alarde. Nele, estão registradas a alteração de ânimo dos policiais militares e as tentativas de negociação por parte dos manifestantes. “Eu filmei os dois lados”, contou. A gravidade do que aconteceu o levou a contar o que presenciou e sofreu. “Enquanto estava no João XXIII, mais duas pessoas foram atendidas e nenhuma delas com um ferimento tão grave”, disse.

 

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